top of page

20 ABR

Image-empty-state.png

“O Salão de Maria Antonieta: Banda Sonora de uma Revolução”

Ludovice Ensemble
Miguel Jalôto, direção

Data

20 de abril de 2024 às 20:00:00

Classificação Etária

M/6

Local

Igreja de S. Francisco, Leiria

Entrada

gratuito

Sinopse

Falar de Maria Antonieta — Maria Antonia de Habsburgo, imortalizada como Marie-Antoinette, Dauphine de France entre 1770 e 1774 e finalmente rainha de França até 1792 — é falar de uma das personagens mais controversas da História. Guilhotinada pelos revolucionários em 1793, Maria Antonieta é ainda hoje amada por uns e odiada por outros. Símbolo do requinte e da superioridade estética e intelectual da corte francesa, mas também apontada como imagem da frivolidade, da decadência e da injustiça, encarnou indubitavelmente as qualidades e as fraquezas de um grupo social, e sobretudo de uma forma de entender a vida e o mundo, que estava inexoravelmente condenada a desaparecer de uma forma violenta e radical. Maria Antonieta foi uma artista com algum talento, mas sobretudo uma grande mecenas: aluna de Glück, tocava exemplarmente harpa, e cantava razoavelmente bem. Apoiou compositores e intérpretes franceses mas também — e, talvez, para seu mal, sobretudo — estrangeiros, tais como Dussek, Saint-George, Piccinni, Sachinni e Salieri. Infeliz e algo inexplicavelmente, ignorou a presença em Paris do seu mais excelente conterrâneo, o jovem Mozart. Frequentava com assiduidade os teatros de Paris, e dinamizou um importante salão musical, organizando ainda as célebres soirées de ópera no seu pequeno teatro privado no Palácio do Trianon. Simultaneamente à revolução social e política prestes a eclodir, os seus protégés Glück, Piccinni e Sachinni, já mencionados, protagonizaram uma outra revolução no campo da Música, com a renovação radical do teatro lírico e a reinvenção da ópera, mesclando a Ópera Seria e a Tragédie-Lyrique de forma a conceber um espetáculo mais coerente, autêntico, e sobretudo, de acordo com os novos ideais estéticos do Iluminismo. Este programa reúne obras de câmara de compositores «da moda», ao tempo activos em Paris, excertos de óperas compostas sob o patrocínio de Maria Antonieta, por ela admiradas e mesmo por ela cantadas — incluindo, paradoxalmente, as do filósofo Jean-Jacques Rousseau, um dos teóricos da Revolução — e até uma singela canção da sua autoria. Os momentos trágicos que puseram fim a este mundo encantado e precioso são evocados pela curiosa adaptação d'«A Marselhesa» pelo citoyen Balbastre, celebrando o triunfo da revolução e da república.

Programa

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)
Air «J'ai perdu tout mon bonheur»
Intermède «Le Devin du Village» — Fointanebleau, 1753

Christoph Willibald Gluck (1714-1787)
Airs de l'Amour «Si les doux accords de ta lire» & «Soumis au silence»
«Orphée et Euridice», Tragédie — Paris, 1774

Johann Schobert (ca.1735-1767)
Quatuor II «May»: Andante — Minuetto & Trio — Allegro
Sonates en quatuor pour le clavecin [...] Oeuvre VII ¬— Paris [1764]

Niccolò Piccinni (1728-1800)
Air de Cybele «Je ressens un plaisir extrême»
«Atys», Tragédie-Lyrique — Paris, 1780

Jean-Paul-Égide Martini (1741-1816)
Romance «Plaisir d'amour»
Romance du Chevrier & Airs du «Droit du Seigneur» et Trois Romances Nouvelles, Paris, 1784

Jan Ladislav Dussek (1760-1812)
«Les Souvenirs»: Larghetto affetuoso
Duo pour harpe et piano [...] Op.72, Paris, 1810

Marie-Antoinette de France (1755-1793)
Chanson «C'est mon ami»

Antonio Maria Sacchini (1730-1786)
Air «Vous quittez notre aimable Athène»
Opéra «OEdipe à Colone» ¬— Versailles, 1786


Joseph Bologne (1745-1799)
Quatuor pour le Clavessin [...] composé par Mr. le Chevalier de Saint-George: Allegro — Rondeau
Manuscrito do Landesarchiv Baden-Württemberg a partir de Six Quatuors [...] Ouevre 1ère n.3 — Paris [1773]

André-Ernest-Modeste Grétry (1741-1813)
Air «La fauvette avec ses petits»
Comédie-ballet [Opéra-Comique] «Zémire et Azor» — Paris, 1772

Claude Balbastre (1724-1799)1
Marche des Marsellois et l'Air ÇA-IRA
Marche des Marsellois et l'Air ÇA-IRA arrangés pour le Forte Piano par le Citoyen C. Balbastre, aux braves défenseurs de la République française l'an 1792, 1er de la République.

Ficha Artística e Técnica

Eduarda Melo, soprano
César Nogueira & Reyes Gallardo, violinos barrocos
Diana Vinagre, violoncelo barroco
Rebeca Amorim Csalog, harpa de acção simples
Fernando Miguel Jalôto, cravo e direcção artística
Miguel Jalôto, direção

Biografia

Eduarda Melo, Soprano
Formada em Canto pela ESMAE do Porto, Eduarda Melo integrou o Estúdio de Ópera da Casa da Música e o elenco do prestigiado CNIPAL em Marseille. Foi galardoada com o 2º prémio do concurso internacional de Toulouse. É convidada para numerosos festivais na Europa e canta sob a direcção de maestros tais como Marc Minkowski, Jérémie Rohrer, Ton Koopman, Hervé Niquet, Jean-Claude Casadesus, Antonello Allemandi em prestigiadas casas de ópera (Glyndebourne, Marseille, Lille, Nice, Caen, Dijon, Paris, Lisboa). Em ópera destacam-se os papéis de Soeur Constance (Dialogues des Carmelites), Corinna (Il Viaggio a Reims), La princesse Laoula (L’Étoile), Rosina (Il Barbiere di Seviglia), Elvira (L’Italiana in Algeri), Norina (Don Pascuale), Musetta (La Bohème), Despina (Cosi Fan Tutte), Erste Dame (Die Zauberflöte), Rinaldo (Armida/Myslivecek), Stéphano (Romeo et Juliette), Frasquita (Carmen), Gabrielle (La Vie Parisienne), Valencienne (La Veuve Joyeuse), Noémie (Cendrillon), Spinalba (La Spinalba), Fedra (L’Ippolito/Almeida), Ascanio (Lo Frate Nnamorato), Zemina (Die Feen), Vespina (L’Infedeltà Delusa), Euridice (Orfeo ed Euridice) e Elle (La voix humaine). No âmbito da música contemporânea tem participado em criações de António Pinho Vargas, Nuno Côrte-Real, Luís Tinoco e Nuno da Rocha. No âmbito da música antiga colabora regularmente com Le Concert de la Loge (Julien Chauvin), Divino Sospiro e Ludovice Ensemble.

Fernando Miguel Jalôto, Cravo e Direcção
Intérprete especializado em instrumentos históricos de teclado (cravo, órgão, clavicórdio, organetto, etc.); maestro al cembalo; investigador/musicólogo; membro fundador e director artístico do Ludovice Ensemble. Colabora com agrupamentos como Oltremontano, La Galanía, La Colombina, Capilla Flamenca, Collegium Musicum Madrid, Ensemble Bonne Corde, Ensemble Allettamento, e Real Câmara, entre outros. Gravou para a Ramée/Outhere, Brilliant Classics, Dynamic, Harmonia Mundi, Glossa Music, Parati, Anima & Corpo, Conditura Records, Mezzo, ARTE e RTP. Ofereceu recitais a solo de órgão e cravo em Portugal, Espanha, Bélgica, Reino Unido e Países Baixos. Como maestro al cembalo dirigiu grandes obras de Monteverdi, Bach, A. Scarlatti, Charpentier, Lully, Bourgeois, e Rameau, em salas como a Fundação Gulbenkian, o CCB e os festivais de Bruges e Utrecht, com o Ludovice Ensemble, a Jerusalem Baroque Orchestra, o Croatian Baroque Ensemble, a Orquestra das Beiras e a Sinfonietta de Braga. É tutor e maestro do curso de ópera barroca de Benslow (Hitchin, Reino Unido) e do Projecto Lisboa 1740 (Catalunha). Apresentou-se a solo e como continuista com o Coro e a Orquestra Barroca Casa da Música, Coro e Orquestra Gulbenkian, Divino Sospiro, Lyra Baroque Orchestra, Real Escolania de San Lourenço d'El Escorial, Orquestra da Radiotelevisão Norueguesa, Camerata Academica Salzburg, Orquestra de Câmara da Sinfónica da Galiza, Real Filarmonia da Galiza, Orquestra Sinfónica do Porto, Orquestra Metropolitana de Lisboa, entre outros. Estudou no Conservatório Real da Haia (Países Baixos) com Jacques Ogg — Bachelor e Master Degrees em Cravo e Práticas Históricas de Interpretação — estudando ainda órgão barroco e clavicórdio. Frequentou master-classes com Gustav Leonhardt, Olivier Baumont, e Ilton Wjuniski, entre vários outros. É Mestre em Música pela Universidade de Aveiro e doutorando em Ciências Musicais na Universidade Nova de Lisboa — INET/md.
Ludovice Ensemble
O Ludovice Ensemble é um grupo especializado na interpretação de Música Antiga, sediado em Lisboa, e criado em 2004 por Fernando Miguel Jalôto e Joana Amorim, com o objectivo de divulgar o repertório de câmara vocal e instrumental dos séculos XVII e XVIII através de interpretações historicamente informadas e usando instrumentos antigos. O nome do grupo homenageia o arquitecto e ourives alemão Johann Friedrich Ludwig (1673-1752) conhecido em Portugal como Ludovice. O grupo trabalha regularmente com os melhores intérpretes portugueses especializados, e também como prestigiados artistas estrangeiros. O Ludovice Ensemble apresentou-se em Portugal nos principais festivais nacionais, e é uma presença regular nas duas principais salas de Lisboa: o CCB e a Fundação Calouste Gulbenkian. Apresentou-se no estrangeiro nos mais prestigiantes festivais de música antiga, na Bélgica (Bruges, Antuérpia); Países Baixos (Utrecht); França (La Chaise-Dieu, Bordéus); República Checa (Praga); Israel (Telavive, Jerusalém); Irlanda (Dublin); Estónia (Tallinn); e Espanha (Quincena Musical de San Sebastián, Santander, Aranjuez, El Escorial, Vitoria-Gasteiz, Lugo, Ibérico de Badajoz, Jaca, Daroca, Peñíscola, FeMap - Pirenéus catalães, Sória, Estella-Lizarra, Logroño, Casalareina). Gravou ao vivo para a RDP-Antena 2, a Rádio Nacional Checa e a Rádio Nacional da Estónia, bem como para o canal de televisão francês Mezzo. O seu primeiro CD, para a editora Franco-Belga Ramée/Outhere foi nomeado em 2013 para os prestigiados prémios ICMA na categoria de Barroco Vocal e escolhido pela revista francesa Diapason como um dos 10 melhores álbuns de cantatas barrocas francesas de todos os tempos. Do seu trabalho mais recente destacam-se Le Bourgeois Gentilhomme de Moliére/Lully, Vésperas de Nossa Senhora de 1610 de Monteverdi, Cain ovvero il primo omicidio de Scarlatti, Timão de Atenas de Shakespeare e Purcell — sempre no CCB; Idylle sur la paix de Lully e Les Arts Florissants de Charpentier, bem como um original programa de música barroca judia-sefardita, na Fundação Gulbenkian; cantatas, sinfonias e árias sacras de J. S. Bach nos festivais de Alcobaça e Guimarães. Em 2020 lançou um álbum duplo do Ludovice Ensemble com sonatas inéditas de C. H. Graun para flauta e cravo obrigado, pela editora inglesa Veterum Musica, e em 2023 apresentou o seu terceiro álbum, com obras de câmara da família Avondano para o MPMP. Em 2024 poderão escutar o grupo no CCB, em Lisboa, em Faro, Guimarães, Mafra, Leiria, Madrid, e nos Pirinéus Catalães, entre outros. Mais informação em: www.ludoviceensemble.com

bottom of page