Saudade, Colour of Love
Maria Mendes & Orquestra Filarmonia das Beiras
Data
23 de abril de 2023 às 17:30:00
Classificação Etária
M/6
Local
Teatro José Lúcio da Silva, Leiria
Entrada
1º Balcão e Plateia: 10€ | 2º Balcão: 5€
Sócios do Orfeão de Leiria: 50% desconto* | Alunos do Orfeão de Leiria: gratuito*
* bilhetes pessoais e intransmissíveis
Sinopse
Maria Mendes
Saudade Colour of Love
Este espetáculo baseia-se em Saudade, Colour of Love, o novo trabalho de Maria Mendes, gravado ao vivo, em que para além do seu quarteto habitual a artista se faz acompanhar em palco pela Metropole Orkest. Nos concertos da tour portuguesa, será a Orquestra Filarmonia das Beiras, dirigida pelo maestro António Vassalo, que acompanhará Maria Mendes.
Um “casamento perfeito” entre o Fado e o Jazz sinfónico. Uma mistura inteligente e provocativa em introduções de orquestra ao estilo Sinatra, com interlúdios ricos em swing e devaneios pianísticos criativos. Tudo isto encimado pela voz fascinante e potente de Maria Mendes que em incursões fervorosas no scat e swing, canta o fado com singularidade e riqueza. Bebendo de duas tradições diferentes, este projeto disjuntivo em géneros musicais, consegue criar um novo. Revelando-se assim num projeto com sucesso e de importância cultural proeminente a nível nacional e internacional.
Com referências entusiastas da crítica internacional, que a considera uma das vozes mais promissoras do Jazz europeu, Maria Mendes viu o seu talento reconhecido por ilustres músicos, entre eles Quincy Jones que, aquando do Festival de Jazz de Montreux, teceu o seguinte comentário: “Vejo um futuro brilhante e promissor para esta jovem cantora”.
A cantora galardoada com vários prémios internacionais de jazz, atuou já em Nova Iorque no famoso Blue Note Jazz Club NY, assinalando assim a estreia de uma cantora portuguesa nesse mítico clube de Jazz com prestígio e reconhecimento mundiais.
Programa
Quando Eu Era Pequenina
Com Que Voz
Meu Pobre capitão
Há Uma Música do Povo
Asas Fechadas
Barco Negro
Fado da Invejosa
Tudo Isto É Fado
Foi Deus
Verdes Anos
E se não for Fado
Dança do Amor
Hermeto’s Fado for Maria
Ficha Artística e Técnica
Maria Mendes
Orquestra Filarmonia das Beiras, direção António Vassalo Lourenço
Biografia
Desde Portugal, o país que a viu nascer, até ao seu lar adotivo na Holanda, a cantora e compositora Maria Mendes, tem viajado por um vasto mundo de expressão musical. Aclamada pela prestigiante revista de Jazz internacional, DownBeat como "uma cantora de jazz da mais alta ordem", e com um “futuro promissor” vaticinado por Quincy Jones, Mendes foi até à data a única artista portuguesa no feminino a receber uma nomeação para Grammy Americano. Nesse mesmo ano, 2020, foi também nomeada para o Grammy Latino e venceu os EDISON Jazz Awards 2020 – prêmio musical holandês equiparado ao Grammy.
O percurso de Mendes tem-na levado ao redor do mundo e além das fronteiras do Jazz, numa variedade de estilos musicais que conjuga com mestria e inovação. No seu último trabalho discográfico a cantora chegou a um destino inesperado: o Fado. Em Close To Me (Justin Time, 2019), Mendes explora o Fado e a sua melancolia num projeto que está longe de ser uma abordagem tradicional do género: um resultado surpreendente e refrescante em adaptações de fados nunca antes feitas para Jazz, numa abordagem jazzista e sinfónica. Com produção e arranjos musicais partilhados com o pianista / produtor / orquestrador Americano John Beasley (vencedor de Grammy e Emmy), a cantora conta ainda com os préstimos da maior orquestra de jazz sinfónica do mundo, vencedora de vários Grammys, a Metropole Orkest.
Maria Mendes tem o dom de tornar cada música profundamente pessoal. Aproximando-se do “story-telling” do Songbook americano, da liberdade criativa da música improvisada, da nostalgia dos clássicos brasileiros, do virtuosismo da música erudita e, agora do repertório do Fado, a cantora de jazz expressa a sua interpretação e arte de escrita musical de forma particular, sofisticada e audaz.
Em cada concerto ao vivo Mendes traz uma paixão vibrante para o palco, seja na intimidade musical com o seu quarteto ou em ambiente multidisciplinar com orquestras sinfónicas e Big Bands. Da sua lista de concertos esgotados, fazem parte salas e eventos tão importantes como o Concertgebouw (Amesterdão), os festivais de jazz North Sea e Montreaux, o Centro Cultural de Belém, a Casa da Música e SESC Pompeia (São Paulo). Teve ainda a honra de ser a primeira artista portuguesa a encabeçar o cartaz do icónico Blue Note Jazz Club de Nova Iorque.
O espectro da sua expressão musical resultou, até à data, em três álbuns a solo: Along the Road (2012), Innocentia (2015) e Close To Me (2019).
Além de sua estreita parceria com John Beasley e a Metropole Orkest em Close To Me, Mendes teve colaborações frutíferas com a Brussels Jazz Orchestra; e com a aclamada clarinetista de jazz Anat Cohen, teve o seu tema original “Inverso” como canção integrante da banda sonora da novela portuguesa Ouro Verde (vencedora do Emmy Internacional em 2018).
Nascida no seio de uma família com uma especial sensibilidade artística, a submersão no Jazz foi progressiva, ao ritmo de um ouvido curioso que exigia saber mais. Sabe pela mãe que aos três anos queria ser cantora de ópera, lado da família do qual herdou o gosto pela música. A sua curiosidade pelo Jazz despertou com a coleção de discos do seu pai, da qual emergiram cantores como Frank Sinatra e Nat “King” Cole e música de Big Bands de Count Basie e Duke Ellington. Foi com este mote de partida que a descoberta ao Jazz a levou às suas influências mais importantes: em Carmen McRae, Betty Carter e Shirley Horn encontrou três abordagens singulares na pureza e riqueza rítmica e na interpretação tímbrica vocal; em grandes pianistas como Bill Evans e Keith Jarrett, onde ouviu a sutileza e a introspeção de uma abordagem distintamente pessoal no improviso; em trompetistas como Chet Baker e Cannonball Adderley, onde absorveu uma miríade de abordagens criativas na interpretação melódica.
Mendes estudou em Nova York, Rio de Janeiro, Bruxelas; do Porto tem a sua licenciatura em Jazz pela ESMAE e de Roterdão o grau de mestrado pela CODARTS.
Tem desenvolvido colaborações internacionais com conservatórios e escolas superiores de musica com as suas master classes em improvisação vocal e a arte do “jazz phrasing”.
Com uma ligação afetiva ao Brasil, Mendes também aprofundou o seu saber na música brasileira, particularmente nos sons pós-bossa nova da Música Popular Brasileira (MPB), cuja influência adiciona cores e ritmos extravagantes à sua abordagem já única do jazz. Essas influências e experiências ajudam a formar o que a revista Exclusive definiu como "uma das abordagens vocais mais envolventes e encantadoras ... que existe até hoje."